Peso, postura e atividade física: a tríade da prevenção às indesejadas dores nas costas
Oito em cada dez pessoas terão dores nas costas ao longo da vida. A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstra a frequência com que a doença atinge a população ao redor do globo, em função dos novos hábitos de vida adotados pela sociedade. A lombalgia e as dores cervicais são multifatoriais e estão associadas à predisposição genética, sedentarismo, esforço repetitivo, má postura e até mesmo problemas psicológicos.
Ainda que a dor nas costas seja comumente relacionada às pessoas idosas, os jovens e inclusive as crianças não escapam dessa condição. Isso porque a idade, apesar de fator determinante, não é a única “culpada”. A postura, o peso e a prática de exercícios físicos também têm grande influência no bom funcionamento da musculatura abdominal e paravertebral, responsáveis pelo suporte à coluna.
O dr. Alexandre Fogaça, médico ortopedista do Grupo de Coluna do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), recomenda a manutenção de uma boa postura ao andar, trabalhar e digitar. Sentar-se com a coluna apoiada no encosto da cadeira, com quadril e joelhos dobrados em 90° graus e pés apoiados no chão, por exemplo, são dicas essenciais para manter a coluna ereta durante o dia a dia. Pausas, alongamentos e pequenas caminhadas de duas em duas horas também ajudam a prevenir as dores.
“O cuidado com a postura melhora a musculatura e a circulação e tende a reduzir a incidência da dor”, afirma. Dr. Fogaça alerta também para o sobrepeso, causador de uma carga maior sobre a coluna vertebral, pressionando os discos e podendo resultar em hérnias. Porém, o que poucos sabem é que não é preciso ser obeso para sofrer com esses problemas, já que a cada 10 quilos acima do peso, o risco de surgimento das dores é de 20%.
Para manter-se com a saúde em dia, a prática frequente de exercícios físicos é essencial. Nesse caso, não apenas para evitar o ganho de gordura corpórea, mas também afugentar as dores na coluna. Técnicas de alongamento e fortalecimento da musculatura ajudam no equilíbrio do corpo, evitando que as costas fiquem sobrecarregadas.
No caso do surgimento de sinais de alerta, como, principalmente, a dor crônica, o ideal é procurar um médico. O dr. Fogaça explica que grande parte dos tratamentos é feito com fisioterapias, RPG e reabilitação. Os casos que exigem intervenção cirúrgica são cada vez mais raros, e as técnicas, menos invasivas. “Para cada problema, existe um tipo de tratamento. É preciso sempre prevenir e procurar a avaliação de um médico”, destaca.