Só atrás da cefaleia entre as dores com maior prevalência na humanidade, a lombalgia conquista o pódio da condição de saúde que mais deixa as pessoas incapacitadas para o trabalho. “A dor lombar tem uma frequência extremamente variável ao redor do mundo, que pode estar entre 1 a quase 60%, dependendo do país estudado. No Brasil, estima-se que a dor lombar crônica atinge cerca de 20% dos adultos entre 20 e 59 anos e 25,5% dos idosos”, conta Artur Padão Gosling, fisioterapeuta, mestre em Ciências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e estudioso do tema dor.
Segundo o fisioterapeuta, de uma forma geral e infelizmente, os tratamentos para a dor lombar crônica costumam falhar em algum momento. A boa notícia, no entanto, é que novas formas para cuidar do problema serão apresentadas e discutidas no 13º Congresso Brasileiro Para Estudo da Dor, promovido pela Sociedade Brasileira Para Estudo da Dor (SBED) e que será realizado em Natal (RN)
entre 12 e 15 de setembro.
“A discussão no congresso irá, provavelmente, colocar em pauta novos tratamentos e os resultados em estudos científicos. Além disso, falar da prática dos profissionais de saúde utilizando estes tratamentos e observando o impacto na vida dos pacientes e em sua funcionalidade geral”, adianta Gosling, que estará no 13º CBDor tratando dos aspectos da lombalgia.
O tratamento da dor lombar vem evoluindo nos últimos anos em praticamente todas as áreas. As novidades vão desde a produção de medicações em diferentes alvos do sistema nervoso a procedimentos minimamente invasivos, passando por novos modelos de exercícios e meios físicos como estimulação magnética transcraniana, além de trabalhos multiprofissionais. “Os avanços da ciência, especialmente da neurociência, permitiram o desenvolvimento de novas tecnologias, o que tem um reflexo direto na criação de novos tratamentos e em oferecer mais qualidade de vida aos pacientes com lombalgia”, avalia o especialista.
Entre os tratamentos, há os com efeitos mais a curto prazo e outros mais a longo prazo. “Porém, com o tempo, a dor e a incapacidade funcional podem permanecer semelhantes em ambos os tipos de tratamento. É preciso saber o que o
paciente prefere e respeitar sua escolha”, pondera
Gosling, que recomenda a busca por hábitos saudáveis com alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos, boa qualidade de sono e
evitar o estresse.
“Outro ponto importante para o paciente e para o terapeuta é ajustar as expectativas quanto à evolução de qualquer tratamento. Isso ajuda a ter mais adesão a propostas terapêuticas e maior facilidade em lidar com a dor”,
recomenda o especialista.