Campanha contra a SAF - Síndrome Alcoólica Fetal e efeitos do álcool no feto e no recém-nascido
A campanha #gravidezsemalcool alerta os brasileiros, em especial as gestantes e mulheres que desejem engravidar, sobre a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) e os efeitos do álcool no feto e no recém-nascido. A meta é conscientizar a população paulista e brasileira sobre os malefícios da exposição pré-natal a qualquer tipo e quantidade de bebida alcoólica. Evidências médicas demonstram que um só gole pode acarretar problemas graves e irreversíveis ao bebê. Eles podem revelar-se logo ao nascimento ou mais tardiamente e perpetuam-se pelo resto da vida.
Trata-se de uma iniciativa da Sociedade de Pediatria de São Paulo, com apoio institucional da Marjan Farma, e parceria da Sociedade Brasileira de Pediatria; Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo, SOGESP, Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, Associação Paulista de Medicina, Academia de Medicina de Sâo Paulo e Associação Brasileira das Mulheres Médicas.
Estrelas do cinema e da televisão, artistas de outras áreas e personalidades diversas também têm se alinhado a essa importante causa de saúde pública, como Patrícia Abravanel, Glória Vanique, Barbara Borges, Deborah Secco, Fernanda Machado, a campeão mundial de vôlei Fofão, os elencos do Corinthians, Palmeiras, Santos, as atrizes Paloma Bernardi, Natália Rodrigues e Alinne Moraes, só para citar poucos exemplos.
“É um compromisso nosso com a população, com as gestantes, as mães e com nossas crianças”, afirma Claudio Barsanti, presidente da SPSP. “Levamos essa bandeira adiante, pois pretendemos sensibilizar o poder público a tomar ações efetivas de esclarecimento e conscientização da sociedade. Falamos de um mal 100% passível de prevenção. Então, todos devem fazer sua parte”.
SOBRE A SAF e os efeitos do álcool no feto e no recém-nascido
A Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) apresenta diversas manifestações, desde malformações congênitas faciais, neurológicas, cardíacas e renais, mas as alterações comportamentais estão sempre presentes. Contabiliza, no mundo, de 1 a 3 casos por 1000 nascidos vivos.
No Brasil não há dados oficiais do que ocorre de norte a sul sobre a afecção. Entretanto, existem números de universos específicos. Para que se possa ter uma ideia, no Hospital Cachoeirinha, um estudo com 1960 mil futuras mamães apontou que 33% bebiam mesmo esperando um bebê. O mais grave: 22% consumiram álcool até o dia de dar à luz. Os efeitos de álcool no feto podem não ser reconhecidos ao nascimento mas se manifestarem muito mais tardiamente, na idade escolar, comprometendo o desenvolvimento da criança na escola, permanecendo durante toda a vida.
“É fundamental ressaltar que o melhor caminho é realmente a prevenção” completa a Dra. Conceição Aparecida de Mattos Segre, coordenadora do Grupo de prevenção dos efeitos do álcool na gestante, no feto e no recém-nascido da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). “Não há qualquer comprovação de uma quantidade segura de bebida alcoólica que proteja a criança de qualquer risco. Neste caso, a gestante ou a mulher que pretende engravidar deve optar por tolerância zero à bebida alcoólica”.
PRIMEIRO PASSO
Graças à campanha e ao empenho de todos os parceiros, em 7 de novembro de 2016, foi sancionada na cidade de São Paulo lei do vereador Gilberto Natalini criando uma campanha permanente de esclarecimento sobre a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF). Publicada no Diário Oficial, a normativa possibilitará ao Município e à Secretaria de Saúde da cidade de São Paulo desenvolver iniciativas visando conscientizar a população a respeito dos riscos, às crianças, do consumo de álcool durante a gravidez.
No entanto, há ainda necessidade de normatização, para que estabelecimentos, como bares e restaurantes, sejam obrigados a colocar cartazes informativos sobre a SAF em suas instalações. A SPSP ainda almeja que a lei seja estendida a todo o território nacional.