Para debater os anseios das ligas acadêmicas estudantis no que tange ao ensino, pesquisa e extensão, em 11 de junho, o Comitê de Acadêmicos da Associação Paulista de Medicina promoveu o Simpósio Estadual de Acadêmicos de Medicina de São Paulo. O encontro contou com representantes da Associação Brasileira de Ligas Acadêmicas de Medicina (Ablam), da Associação dos Estudantes de Medicina de São Paulo (Aemed-SP) e da Federação Internacional da Associação de Estudantes de Medicina do Brasil (IFMSA).
“O intuito do evento é promover a integração das entidades acadêmicas aqui presentes”, ressaltou Marcos Takeichi Yoshino, presidente do Comitê de Acadêmicos da APM, estudante do 4º ano da Universidade Santa Marcelina.
Leandro Ryuchi Iuamoto, vice-presidente da Ablam, aluno do 6º ano da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), traçou um panorama atual das instituições acadêmicas brasileiras e defendeu um grupo de pesquisa multicêntrico. “O modelo de ligas acadêmicas muitas vezes tem dificuldades de gestão, tendo o encerramento ou desativação do grupo por um tempo. A pesquisa fica descontinuada e se dispersa. Assim, os grupos têm se organizado, em eventos como esse, para incentivarem uma interliga, por exemplo”, ressaltou.
Dessa forma, Iuamoto afirmou que grupos de pesquisa são fundamentais no processo de inovação e solução de problemas, e a tendência é o surgimento de redes de cooperação nacional e internacional, o que aumenta o número e a relevância de produções científicas.
Representando a Aemed-SP, Murilo Germano, aluno do 5º ano da FMUSP, destacou que, por terem visões político-pedagógicas distintas, “há dificuldades de as universidades e os professores conversarem em uma linguagem padrão. Dessa forma, para ele, “a pesquisa é uma linguagem comum das universidades”.
O vice-presidente interino da IFMSA, Andrey Cruz, estudante de Medicina da PUC-SP, concordou: “Todos falam a mesma linguagem, quando incentivamos a pesquisa e extensão. E as entidades e estudantes de Medicina discursando, nesse mesmo sentido, temáticas relacionadas à educação médica, é de se valorizar”, reforçou.
O Simpósio apresentou propostas para o sistema de pontuação acadêmica nos programas de intercâmbio, extensão e participação em eventos; na atenção primária de saúde, como campanhas e mutirões em UBSs; e em olimpíadas médicas, com aplicação de provas que visam, sobretudo, estimular os alunos a estudarem melhor o ciclo básico.
O evento também apresentou aulas sobre o Zika vírus e suas implicações, conduzidas por Marcos Vinicius da Silva, do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, Leonardo Valladão, médico assistente do ambulatório de pré-natal de alto risco da Santa Casa de São Paulo, e Marcia de Freitas, neonatologista do Hospital Israelita Albert Einstein.