O novo ministro da Saúde, Ricardo Barros, do governo interino Michel Temer, concedeu entrevista coletiva à imprensa na última sexta (13) – um dia após sua posse oficial. Durante a entrevista, listou algumas prioridades a serem enfrentadas pela pasta. Por exemplo, propôs melhorar os indicadores de gestão e financiamento do Sistema Único de Saúde, com o aperfeiçoamento do sistema de informação com os municípios.
“Hoje, são eles que executam a política de Saúde. Precisamos, então, integrar para saber o que faz cada prefeito, quanto investe e o que produz na área da Saúde, porque temos certeza de que vamos encontrar excelentes aplicações de recursos públicos nestas prefeituras. E queremos replicar as experiências destes bons gestores em outros municípios que não estão tendo desempenho adequado, com compartilhamento de experiências e informação”, explicou.
Ampliar o diálogo com todas as áreas de atuação médica - como profissionais médicos, servidores, Academia, especialidades médicas, associações e conselhos nas esferas nacional, estadual e municipal - foi o segundo ponto mencionado pelo novo ministro. “[Para assim], construir uma proposta posterior de trabalho efetivo no período em que estiver à frente do Ministério”.
Qualificação profissional
Oferecer qualificação de qualidade aos mais de quatro milhões de profissionais da saúde pública é outro desafio para a gestão atual. “Vou estabelecer uma rede de educação a distancia, com treinamento permanente, pois queremos manter esses profissionais atualizados para as novas técnicas e orientações que são feitas pelos órgãos reguladores da saúde pública”, informou Barros.
Mais Médicos
Destacou a importância de se fortalecer a participação de profissionais brasileiros. “Incentivar que o programa cresça com a participação dos médicos brasileiros, como aconteceu nas últimas duas chamadas. É também uma maneira de privilegiar a nossa Academia e todos os demais representantes da categoria”.
Gasto público
“Onde o imposto está sendo aplicado, vamos avaliar”, enfatizou o ministro. Segundo ele, como critério de melhoria da qualidade do gasto público, todas as restrições e dificuldades serão analisadas. “Não vamos resolver tudo, as filas [de espera do SUS], as macas nos corredores, mas vamos melhorar a qualidade do gasto e da gestão.”
Vinculado a isso, a pasta não tem expectativa de aumentar os recursos para a Saúde, em razão da crise econômica brasileira. “Há R$ 230 bilhões de restos a pagar em toda a União. No Ministério, temos R$ 14 bilhões. Se formos pagar, usaremos todos os recursos deste ano. Por isso, precisamos melhorar o gasto público, para termos uma previsão orçamentária”, ressaltou.
Agilidade na regulamentação de medicamentos
De acordo com Barros, a morosidade para aprovação e regulamentação de medicamentos encarece o produto para o consumidor final. “O laboratório espera até três anos para aprovar uma instalação ou aprovação de um novo medicamento. O laboratório pronto, com as pessoas contratadas aguardando a autorização para funcionar, vai parar no custo do serviço prestado”, esclarece. “Sem prejuízo da segurança e de proteção ao consumidor, vamos fazer o mais rápido possível. Para isso, vou ampliar o diálogo com as agências para essa realização”, completou.