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Desafio da rasteira: a perigosa ‘brincadeira’ da internet


Vídeos de prática arriscada viralizam nas redes sociais, colocando em risco a saúde de crianças e adolescentes. Entenda a ameaça.

O “desafio da rasteira” bombou nas redes sociais. A prática, realizada sempre por duas pessoas lado a lado, consiste em posicionar uma terceira ao meio e incentivá-la a saltar. No momento em que os pés saem do chão, a “rasteira” é feita, provocando uma queda brusca, de costas. Após influenciadores terem dado início ao “jogo”, várias crianças e adolescentes seguiram o exemplo, sem se atentarem aos riscos que estavam expostos.

A queda, inesperada, pode causar graves consequências. Sem a possibilidade de amortecer o impacto com mãos e braços, a vítima tem chances de desenvolver fraturas, traumatismo craniano, hematomas cerebrais e no crânio, lesões na medula espinhal e até vir a óbito.

Foi o que aconteceu com uma estudante de 16 anos, em Mossoró (RN). Segundo a prefeitura da cidade, a jovem chegou a ser atendida, mas não resistiu. Caso sobrevivesse, poderia ficar com sequelas para o resto da vida, como dificuldade de fala, de visão e de movimentos, além de paralisia total do pescoço para baixo.

Segundo o dr. Igor Bruscky, membro titular da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), é preciso estar atento às crianças e adolescentes, pois estes são constantemente expostos a estímulos de influenciadores e colegas nas redes sociais. “Existe uma área na região pré-frontal do cérebro que é responsável pelo freio social e pelo discernimento. Essa área vai evoluindo ao longo da vida, portanto, o adolescente ainda não a tem em seu formato mais desenvolvido. Por consequência, age, muitas vezes, pela impulsividade”, explica.

O neurologista acredita que os chamados “influenciadores”, isto é, pessoas com muitos seguidores nas redes sociais, devem ter mais cuidado com o que publicam. Ele ainda chama a atenção dos pais para o controle sobre o conteúdo consumido por seus filhos, especialmente com base na conversa, compreensão e diálogo.

“Não é uma brincadeira. Em um desafio, alguém é instigado a fazer algo. Nessa situação, a pessoa é pega de surpresa, sem preparo nenhum, podendo sofrer danos muito graves. É preciso atentar-se para o mal que poderá ser causado”, ressalta dr. Bruscky.

‘Desafio’ feito. E agora?

Caso, mesmo com todos os alertas, o desafio seja feito, a recomendação do especialista é procurar um pronto-socorro para atendimento imediatamente. O choque tem potencial de lesão grave e o tratamento pode necessitar até de intervenção cirúrgica. “Se houver um sangramento intracraniano ou fratura, será preciso operar. Em alguns casos, o indivíduo entra em coma e, infelizmente, não volta ao estado normal”, comenta.

Não compartilhe vídeos!

Além de todos esses avisos, o doutor ainda faz uma observação muito importante: ao compartilhar os vídeos da “brincadeira”, as crianças e adolescentes estão sendo expostos e a rede de incentivo, perpetuada.

“As publicações viralizam. Todo mundo pode assistir a qualquer hora. Qual será a consequência disso daqui a alguns anos? Como ficará a autoestima e o futuro dos envolvidos?”, questiona dr. Bruscky.


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