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Christiana Kalache é a nova madrinha da Campanha #gravidezsemalcool


Mãe do pequeno Joaquim, de 3 anos, Christiana Kalache, a Kika, é a nova madrinha da campanha #gravidezsemalcool contra a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), edição 2017. A atriz tem seu currículo diversos sucessos do teatro e da televisão brasileira, como a peça Melodrama, o filme Lavoura Arcaica, novelas como América, Ti Ti Ti, Cheias de Charme, O Clone, e as séries Sob Nova Direção e Casos e Acasos.

A campanha #gravidezsemalcool visa conscientizar as futuras mamães sobre o risco da ingestão de qualquer quantidade de álcool durante a gestação. Evidências médicas demonstram que um só gole pode acarretar problemas graves e irreversíveis ao bebê.

A iniciativa permanente estimula o combate à Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) e foi lançada nacionalmente há quatro anos, pela Sociedade de Pediatria de São Paulo. O apoio institucional é da Marjan Farma, com cooperação da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo SOGESP, Academia Brasileira de Neurologia, Associação Paulista de Medicina e Associação Brasileira das Mulheres Médicas. A partir de 2016 a campanha foi endossada pela

Sociedade Brasileira de Pediatria.

Kika deu à luz Joaquim com 42 anos. Ela conta as dificuldades e cuidados para seu bebê nascer saudável. “Resolvi ter filho tarde. Toda vez que pensava que era a hora aparecia um trabalho ou uma viagem e sempre acabava adiando o momento de ser mãe. Pensava que nos dias de hoje as pessoas pudessem ter filhos quando bem quisessem, mas não é assim. Aos 39 anos foi difícil engravidar. Recorri a FIV, fertilização in vitro, sofri grande desgaste emocional. para engravidar, minha primeira decisão foi levar uma vida mais saudável. Parei imediatamente

de fumar e de beber. O que são nove meses de cuidado conosco para ter uma criança saudável? Tudo que toda mãe quer para o seu filho é saúde e confesso que não me senti privada de nada. O Joaquim nasceu saudável, com quase 4kg. Até parar com a amamentação não tomei uma só gota de álcool”.

Sobre a SAF

A exposição pré-natal a qualquer tipo e quantidade de bebida alcoólica pode acarretar problemas graves e irreversíveis ao bebê. Eles podem revelar-se logo ao nascimento ou mais tardiamente e perpetuam-se pelo resto da vida. A Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) apresenta diversas manifestações, desde malformações congênitas faciais, neurológicas, cardíacas e renais, mas as alterações comportamentais estão sempre presentes. Contabiliza, mundialmente, de 1 a 3 casos por 1000 nascidos vivos. No Brasil não há dados oficiais do que ocorre de norte a sul sobre a afecção; entretanto, existem números de universos específicos.

Para ter uma ideia, no Hospital Municipal Maternidade-Escola de Vila Nova Cachoeirinha, um estudo com 2 mil futuras mamães apontou que 33% bebiam mesmo esperando um bebê. O mais grave: 22% consumiram

álcool até o dia de dar à luz.

“É fundamental ressaltar que o melhor caminho é realmente a prevenção” completa a Dra. Conceição Aparecida de Mattos Ségre, do Grupo de Prevenção dos Efeitos do Álcool na Gestante, no Feto e no Recém-Nascido da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). “Não há qualquer comprovação de uma quantidade segura de bebida alcoólica que proteja a criança de qualquer risco. Neste caso, a gestante ou a mulher que pretende engravidar deve optar por tolerância zero à bebida alcoólica”.

Características

O conjunto de efeitos decorrentes do consumo de álcool, em qualquer dosagem ou período da gravidez, é chamado de “espectro de distúrbios fetais relacionados ao álcool”, que inclui a SAF. A frequência dessas implicações varia conforme etnia, genética e até mesmo a quantidade ingerida. Isso não significa que todos os bebês expostos serão afetados, mas a probabilidade é alta.

“Bebês com SAF têm alterações bastantes características na face, as chamadas dismorfias faciais. Além disso, faz parte do quadro o baixo peso ao nascer devido à restrição de crescimento intrauterino, e o comprometimento do sistema nervoso central. Essas são as características básicas para o diagnóstico no período neonatal”, comenta Claudio Barsanti, presidente da SPSP.

No decorrer do desenvolvimento infantil, o dismorfismo facial atenua-se, o que dificulta o diagnóstico tardio. Permanece o retardo mental (QI médio varia de 60 a 70), problemas motores, de aprendizagem (principalmente matemática), memória, fala, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, entre outros. Adolescentes e adultos demonstram problemas de saúde mental em 95% dos casos, como pendências com a lei (60%); comportamento sexual inadequado (52%) e dificuldades com o emprego (70%).

Diagnóstico e Tratamento

Em São Paulo, o Grupo da SPSP cria ações para conscientizar os pediatras, com distribuição de material em eventos científicos, publicações disponíveis na internet aos associados da SPSP e cursos voltados para equipes multidisciplinares de capacitação para reconhecimento e condutas nesses casos.

Nos Estados Unidos e Canadá, existe um teste que identifica produtos do álcool no mecônio ou cabelo do recém-nascido. É uma técnica de alto custo, que ainda não está disponível no Brasil.

“Vale lembrar que os efeitos do álcool ocasionados pela ingestão materna de bebidas alcoólicas durante a gestação não têm cura, por isso vale a máxima: o quanto antes parar, melhor para o bebê, sua família e a sociedade. O diagnóstico precoce da doença e a instituição de tratamento multidisciplinar ainda na primeira infância podem abrandar suas manifestações”, completa a Dra. Conceição.


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