top of page

Quando a cólica menstrual é forte


Cerca de 33 milhões de brasileiras sofrem com cólicas menstruais e em 70% dos casos a produtividade das mulheres cai, segundo dados da Revista Brasileira de Medicina. Além das cólicas, elas podem sentir dor forte de cabeça, no baixo ventre e nas costas, náuseas, tontura, diarreia e até pode culminar em vômitos nos casos mais graves.

Só que não é normal ter cólica menstrual muito forte, que muitas vezes obriga a mulher a usar medicação receitada pelo médico ou mesmo ir a um hospital para ser tratada. Quando isso acontece, o melhor a fazer é procurar um especialista porque algum tipo de doença pode estar causando essas dores e náuseas.

“Primeiro, é importante relatar que um leve desconforto durante a menstruação pode ser considerado normal. Porém, quando esse desconforto passa a incomodar, especialmente se prejudica a atividade rotineira da mulher, passamos a denominá-la dismenorreia, que pode ser decorrente de doenças orgânicas tais como endometriose, miomas uterinos e pólipos, entre outras. Nesses casos ela é chamada de dismenorreia secundária”, explica o ginecologista Luciano de Melo Pompei, coordenador científico de ginecologia da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).

Sem causas orgânicas e especialmente nas mulheres mais novas, essa dor menstrual é denominada dismenorreia primária. “Nestes casos, sabe-se que a dor ocorre porque as mulheres produzem em seu útero excesso de substâncias de uma família denominada prostaglandinas, que fazem com que ele se contraia para a eliminação da camada interna em forma de sangramento. Não se sabe o motivo de algumas mulheres produzirem excesso dessas substâncias. Por outro lado, sabe-se que muitas das mulheres melhoram após a primeira gestação”, informa Pompei.

O tratamento deve ser feito de acordo com o diagnóstico. Evitar o consumo de álcool e cigarros é recomendável. “As ações de saúde geral como atividade física e alimentação equilibrada podem auxiliar. O uso de alguns anticoncepcionais hormonais também reduz a ocorrência das cólicas menstruais. Se houver uma causa orgânica, ou seja, se for dismenorreia secundária, deve-se orientar o tratamento para esta causa. Se for dismenorreia primária, o tratamento pode ser feito com medicamentos anti-inflamatórios durante a menstruação, analgésicos ou medidas hormonais, incluindo alguns anticoncepcionais. Mas é importante avaliar com o médico qual a forma mais adequada para cada caso concreto”, ressalta o ginecologista.

Ele destaca ainda que a automedicação nunca deve ser praticada. “Qualquer medicamento pode oferecer riscos se não for bem indicado e se suas contraindicações não forem observadas. Portanto, pode haver risco na automedicação, sendo desaconselhada”. Chás e infusões, observa o ginecologista, podem trazer algum alívio para mulheres com quadro leve de dor, “mas não há dados científicos incontestáveis que comprovem eficácia destas medidas.”


65 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page