top of page

Pílula do dia seguinte sem tabus


As mulheres têm à disposição uma boa variedade de métodos anticoncepcionais como pílula, preservativo, DIU, mas, por descuido ou desconhecimento, muitas se veem frente a uma gravidez indesejada. Desde 1999, as brasileiras podem fazer uso da Pílula do Dia Seguinte (PDS), eficaz e segura se utilizada de maneira correta, disponível nos postos de saúde e nas farmácias. “Mas não deve ser usada como forma planejada ou previamente programada para substituir o contraceptivo de uso regular”, adverte a ginecologista e obstetra Patrícia de Rossi, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).

A médica informa que qualquer mulher que tenha tido relação sexual desprotegida, como nos casos de violência sexual, uso incorreto de método anticoncepcional, ruptura/saída de preservativo, podem tomar a pílula. “Não há contraindicação para o uso da PDS em mulheres amamentando nem para aquelas que tiveram acidente vascular encefálico (AVC), tromboembolismo, diabetes com complicações vasculares e enxaqueca. Os ‘poréns’ são os efeitos adversos, que em geral são temporários e de pequena intensidade. Os benefícios são muitos ao se evitar uma gestação não planejada e servir de cobertura adicional para a falha de um método contraceptivo em uso. Em consequência, há redução dos abortos provocados e menores riscos para a saúde da mulher”, afirma Patrícia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a única contraindicação absoluta para seu uso é a gravidez confirmada. “Mas, mesmo se a mulher estiver grávida, a PDS não aumenta o risco de malformações fetais”, esclarece.

Os “poréns” citados pela médica são os efeitos colaterais. Os mais comuns são náuseas e vômitos. “Desconfortos menores, como dor de cabeça e nas mamas, e tontura, podem acontecer e melhoram espontaneamente em até 24 horas” afirma. A Pílula do Dia Seguinte age bloqueando a liberação do óvulo. Além disso, modifica o muco cervical e a capacidade de fertilização dos espermatozoides. O efeito não é cumulativo, ou seja, se houver outra relação sexual após a tomada da PDS, ela não protegerá contra a gravidez. Depois do uso do medicamento, a menstruação pode ocorrer antes ou depois da data esperada, e o fluxo também deve ter um padrão diferente do habitual. “A mulher deve considerar a possibilidade de gravidez caso a menstruação não ocorra até três semanas após o uso da PDS”, alerta a especialista. O mais importante é tomar a pílula o mais rápido possível, pois a eficácia é proporcional ao tempo de início do uso. “A eficácia está bem estabelecida com a tomada até 72 horas, mas pode haver algum efeito por até 5 dias. Se a mulher estiver ciente desse risco, não há problema em tomar”, explica Patrícia de Rossi.


82 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page