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Campanha da ABN pelos 200 anos da Doença de Parkinson chega a Rio Claro


O Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Rio Claro (SP) será palco, em 27 de abril, das 17h às 18h30, de palestra que faz parte de campanha pelo Dia Mundial de Combate à Doença de Parkinson, celebrado no dia 11 de abril, mês escolhido pela Academia Brasileira de Neurologia (ABN) para iniciar a campanha Doença de Parkinson - 200 anos de História e Conhecimento.

Pacientes diagnosticados com a doença e seus acompanhantes, assim como estudantes de enfermagem e funcionários do AME participarão de palestra ministrada por dra. Cristiane Duarte Santos, neurologista especialista em distúrbios de movimento e coordenadora da ação ao lado da neurologista e neurofisiologista, Luana Karla Braz Fonseca Dantas.

“Nosso enfoque será falar dos aspectos clínicos da doença de Parkinson, enfatizando a importância da prática de atividade física para a manutenção da qualidade de vida”, ressalta a dra. Cristiane. O AME Rio Claro está localizado Rua 9, esquina com Av. da Saudade, 165 – Bairro do Estádio.

Medicamentos e acompanhamento multiprofissional

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) atestam que cerca de 1% da população mundial acima de 65 anos é portador da Doença de Parkinson. A prevalência estimada é de 100 a 200 casos por 200 mil habitantes. No Brasil, são poucas estatísticas, mas estima-se que 200 mil pessoas sofram da doença.

Novas drogas estão em estudo, algumas já no mercado, como a rasagilina, um inibidor da monoamina oxidase que potencializa a levodopa e pode interferir na evolução da doença. Existem outras não-dopaminérgicas que visam melhorar os sintomas sem os movimentos involuntários anormais, como a istradefilina.

Para o dr. João Carlos Papaterra Limongi, doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP, médico neurologista do Grupo de Distúrbios do Movimento do Hospital das Clínicas da FMUSP e membro titular da ABN, é importante salientar nesse contexto que o paciente com Doença de Parkinson não precisa somente do neurologista, mas de um acompanhamento multiprofissional que deve contar com fisioterapia e tratamento fonoterápico, nutricional e psicológico.

De acordo com o dr. Henrique Ballalai Ferraz, membro titular da ABN e professor de neurologia da UNIFESP, há alguns medicamentos importantes que ainda não estão disponíveis no SUS. Os demais remédios conseguem tratar a maioria dos pacientes, no entanto, alguns se beneficiariam se houvesse amplo acesso a essas drogas. “Ainda há uma lentidão para aprovar estes medicamentos mais novos”, diz. Outra deficiência é o acesso ao tratamento cirúrgico com estimulação cerebral profunda. A saúde pública disponibiliza em poucos serviços e é insuficiente para atender as demandas.

Panorama

A maior parte da monografia de James Parkinson, publicada em 1817, ainda é considerada correta pela classe médica, em especial os quatro principais sintomas – doença motora caracterizada por tremores de repouso, rigidez muscular, dificuldade com movimentos e alterações posturais. Uma nova percepção ficou evidente nos últimos 20 anos e diz respeito à enorme quantidade de sintomas não-motores, por vezes predominante em determinadas fases do distúrbio.

“O comprometimento cognitivo, que pode acarretar em demências, a disfunção do sistema nervoso autônomo, os transtornos de sono, a depressão e as alterações sensoriais (principalmente do olfato) ganharam um peso considerável, especialmente por sua interferência na qualidade de vida dos pacientes, o que não estava contemplado na descrição clínica original de James Parkinson”, explica Limongi.

“Fazer caminhadas, praticar atividades físicas regulares, conviver com amigos, sair de casa mesmo com as dificuldades, e não se preocupar com as limitações resulta em um tratamento medicamentoso mais bem sucedido, pois a preservação da saúde mental do paciente também é fundamental”, reforça Ballalai.


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