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Impactos da crise do Hospital Universitário da USP no atendimento à população


Agrava-se a cada dia a crise do Hospital Universitário da USP. O drama se arrasta desde 2014, quando começou a se cogitar sua desvinculação da Universidade de São Paulo.

Há cerca de dois meses foi restringido o atendimento pediátrico e oftalmológico, tendo de recorrer a outros serviços da Zona Oeste. Mais recentemente foram anunciadas limitações aos atendimentos em pronto socorro.

Funcionários têm sido estimulados a se demitir voluntariamente. Algumas centenas assim o fizeram. Além disso, 25% dos leitos do HU foram fechados. O processo de sucateamento e desconstrução é ilógico, penalizando os mais vulneráveis socialmente.

Enfim, sofre a população e os trabalhadores das equipes multidisciplinares, entre os quais os profissionais de Enfermagem.

Diante de tal quadro, o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) vêm a público solidarizar-se com o Departamento de Enfermagem (DE) do HU, com os demais funcionários e, em especial, com os pacientes.

O DE do HU-USP, desde sua origem, na década de 1980, privilegia a tríade prática clínica, ensino e pesquisa, que favorece a aproximação da academia com a assistência, qualificando-a em benefício da comunidade. Aliás, em relação ao desenvolvimento e capacitação de pessoal de Enfermagem, o Serviço de Ensino e Qualidade do DE HU-USP sempre foi referência nacional.

Ao longo dos anos, o trabalho da equipe de Enfermagem do HU-USP também se tornou modelo de excelência, nacional e internacional, cumprindo com responsabilidade ética e social o seu papel na Universidade e no Sistema Único de Saúde.

O HU-USP, por ser considerado instrumento de transformação social, é atividade fim da Universidade. Opera por meio do ensino, pesquisa, extensão e assistência de qualidade, para formar profissionais capacitados e inclusive para propor soluções à crise no setor da saúde.

Desconstruir uma estrutura de ensino, pesquisa e assistência considerada modelo de excelência para formação de alunos de diversas áreas da saúde certamente não é a melhor forma de ajustar os gastos de uma universidade.

Esperamos que o destino do HU-USP não seja decidido de maneira intempestiva. Para o Coren-SP, há de se discutir a questão a fundo, ressaltando-se, fundamentalmente, o papel acadêmico do Hospital dentro da Universidade de São Paulo e sua responsabilidade e compromisso, buscando a reflexão de toda a sociedade.


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