Oeste Paulista Urgente - Pesquisa Inédita
Divulgado agora, 18 de agosto, em coletiva
Pressão para reduzir solicitação de exames imprescindíveis para o diagnóstico de doenças, para evitar internações e o não pagamento de exames laboratoriais ou de imagem, remédios e outros serviços essenciais, as chamas glosas, são queixas comuns dos médicos.
A ser divulgada, agende-se
Carta aberta à população será divulgada amanhã, 19 de agosto, às 18h30, na abertura do Congresso do Oeste Paulista
A grande maioria dos médicos de Rio Preto e Região não dispõe de autonomia profissional para a prática da melhor Medicina, por pressões das empresas de planos de saúde. São abusos que interferem na assistência, comprometendo a qualidade da assistência e serviços à população.
Isso é o que revela pesquisa inédita com os médicos de Rio Preto e Região realizada pela Associação Paulista de Medicina (APM). Os resultados acabam de ser apresentados, na manhã de hoje, 18 de agosto, pelos drs. Leandro Freitas Colturato. presidente da APM - Regional de Rio Preto, e Marun David Cury, diretor de Defesa Profissional da APM Estadual.
A amostragem do levantamento da APM é bastante expressiva. Dos cerca de 2.500 médicos da cidade e microrregião, 354 responderam, o que representa 14% do total de profissionais.
Mais da metade dos médicos (53,39%) afirma que enfrenta restrição por parte dos planos de saúde à solicitação de exames, imprescindíveis para o diagnóstico de doenças de seus pacientes. E 63% dos profissionais relatam conviver com a chamada “glosa médica”, ou seja, a operadora nega-se a pagar atendimento, internação, exame laboratorial ou de imagem, remédios e outros serviços essenciais ao paciente.
A pesquisa constatou também uma grave afronta à ética médica. Segundo a pesquisa, 29% dos médicos sofreram interferência em sua conduta profissional por parte dos planos de saúde. Dificuldades para internar os pacientes e ameaças de descredenciamento são outros problemas relatados pelos participantes da pesquisa.
As condições para o exercício pleno da Medicina, com ética, eficiência e resolutividade, são precárias nas operadoras de saúde da região. Para 30% dos 354 médicos nenhuma das empresas oferece condições para que oferecerem Medicina de qualidade à população. * Gráfico, empresa por empresa, no fechamento do release
“A pesquisa evidencia os grandes obstáculos que as operadoras impõem aos médicos para que possamos oferecer aos nossos pacientes as melhores possibilidades clínicas e terapêuticas. Muitas vezes, quadros clínicos simples podem ser agravados e até vidas perdidas pela não utilização de recursos necessários e disponíveis, vetados em nome de cortes em ‘despesas’ e de mais lucro”, afirma dr. Leandro Freitas Colturato.
As operadoras de saúde de Rio Preto atendem mais de 450 mil usuários da cidade e da região. O diretor de Defesa Profissional da APM Estadual, no entanto, destaca que o cenário revelado nesta pesquisa feita em Rio Preto e região se reproduz por todo país. “Com este levantamento, a Associação Paulista de Medicina quer, mais uma vez, chamar a atenção da sociedade para o descaso com que as empresas de saúde suplementar tratam o médico, com graves prejuízos à saúde da população”, declara dr. Marun.
Os planos de saúde médico-hospitalares registraram, entre abril de 2020 e abril de 2021, um incremento de 1 milhão de usuários no país, aumento de 2,2% no período. Com esse crescimento, o Brasil possui 48,1 milhões de usuários. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), é o maior número registrado desde julho de 2016. Atualmente, 737 operadoras estão em atividade e cerca de 19 mil planos estão ativos.
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