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Medicina, ética e responsabilidade



Aos 18 de outubro destaca-se o Dia do Médico em diversos países, entre eles o Brasil. Temos muito a comemorar. Em especial o fato de havermos salvados muitas vidas no pico da Covid-19. As pessoas, a saúde delas, são nosso combustível da alma. O bom médico gosta de gente, seu foco é cuidar com humanismo.


Meus parabéns e muito obrigado a todos os colegas da Medicina que, no dia a dia, e mesmo diante de tantas adversidades, oferecem a seus pacientes o melhor, seja no respeito à ciência, na postura ética e em assistência.


Nossa profissão é repleta de desafios em toda sua trajetória. Mas foi consciente disse que nos graduamos, especializamos e mantivemos a opção de ser médico.


O Juramento de Hipócrates deve nos conduzir sempre. É indispensável que nossas ações sejam pautadas humanismo, pela ética, pela ciência.


Como já mencionei outras vezes aos caríssimos leitores desse Diário, encanta-nos e emociona-nos cuidar do outro, lidar com gente. Somos motivados e movidos pelo amor ao outro.


Manter essa chama acesa é tudo. Dar o nosso melhor a cada segundo é a essência de nossa arte. O exercício da medicina exige olhar carinhoso e dedicação profissional. Cotidianamente, devemos refletir sobre nosso papel. Invariavelmente temos de nos ver no lugar de paciente, pois também o somos e precisamos de apoio de outros médicos para guardar por nossa saúde.


Há no Brasil, é fundamental registrar, problemas crônicos na saúde. Em especial na rede pública, com condições inóspitas em instalações, urgências e emergências lotadas, falta de vagas, de acesso, de medicamentos.


A formação em Medicina transformou-se em simples fonte de lucro para alguns maus empresários. Temos no país 355 escolas médicas. Atualmente, as vagas do primeiro ano de medicina são cerca de 36.000.


Já caminhamos para um total de 600 mil médicos na ativa. Paradoxalmente, faltam profissionais para atender os pacientes em diversos municípios e em áreas remotas. Para piorar, forma-se muito mal parte expressiva de nossos futuros doutores, o que redunda em mais problemas para a assistência e não em soluções.


É lamentável ver como se abrem cursos médicos sem compromisso com o bom ensino e a saúde. Medicina não é igual às outras profissões, não dá para fingir que está tudo certo, pois não é verdade. Devemos cobrar do Estado soluções estruturais, firmes e sem tréguas. Mas independentemente dos obstáculos, é vital seguir em frente de mãos dadas com os pacientes.


A Constituição Federal estabelece que “a saúde é direito de todos e dever do Estado”. Os médicos levamos isso muito a sério.

Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

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