Covid, mulher e gravidez - preocupação no Brasil e no mundo. Dados consideram as internadas com Síndrome Respiratória Grave (SRAG) por Covid-19, 10 a 55 anos, com diagnóstico por teste PCR ou antígeno, a partir de maio de 2021.
O Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19, OOBr, acaba de divulgar estatísticas oficiais que evidenciam a importância da vacinação contra o SARS-CoV-2 entre as grávidas e aquelas que foram mães recentemente. Os dados, mais do que isso, trazem à luz que gestantes e puérperas sem qualquer vacinação têm 5,26 vezes mais chances de ir a óbito do que aquelas que receberam duas doses.
Letalidade
Entre as gestantes e puérperas sem qualquer imunização contra a Covid-19, a letalidade, considerando-se exclusivamente os casos graves, é de 14,6%. Por outro lado, no grupo com pelo menos uma dose, a porcentagem cai para 9,3%.
Em suma, a possibilidade de óbito de uma gestante ou puérpera com Síndrome Respiratória Grave (SRAG) por Covid-19 que não recebeu nenhuma dose da vacina é 66% (Odds Ratio = 1,66 com IC95% 1,19 – 2,38) maior do que a daquelas que receberam pelo menos uma dose.
A relação muda quando se compara os universos sem nenhuma dose contra Covid-19 e as gestantes/puérperas com esquema vacinal completo. A letalidade 14,6%, no grupo zero-imunização cai para 3,2%, nas com suas doses.
Reafirmando, portanto, a chance de óbito de uma gestante ou puérpera com SRAG por Covid-19 que não recebeu nenhuma dose da vacina é 5,26 vezes maior do que daquelas de ciclo completo (Odds Ratio = 5,26 com IC 95% 1,63 - 16,66).
Alerta na Inglaterra
Recente reportagem do The Guardian relata que 1 em cada 6 pacientes de Covid que necessitam de cuidados mais complexos para não morrer por Covid-19 são mulheres grávidas não vacinadas. São estatísticas do National Health Service (NHS) - serviço nacional de saúde da Inglaterra.
O NHS England divulgou as estatísticas como parte de um esforço renovado para persuadir mulheres grávidas a se vacinarem em meio a novas evidências de médicos em Israel de que o coronavírus pode causar sérios problemas para a futura mãe e seu bebê nos estágios finais da gravidez.
Dados Brasil
Consideramos os dados de gestantes e puérperas de 10 a 55 anos, internadas com Síndrome Respiratória Grave (SRAG) por Covid-19 com diagnóstico por teste PCR ou antígeno, a partir de maio de 2021 (quando iniciada a campanha de vacinação contra COVID-19 para gestantes e puérperas). São números do SIVEP-Gripe (https://opendatasus.saude.gov.br/dataset/bd-srag-2021), atualizados em 13 de outubro de 2021.
Dos casos de gestantes e puérperas internadas com SRAG por COVID-19 (casos graves) e que têm informação sobre vacinação contra Covid-19, 80,4% não tomaram nenhuma dose da vacina.
Se ponderamos apenas os episódios do grupo com informação da data da segunda dose, temos que apenas 4,3% das gestantes e puérperas internadas com SRAG tomaram as duas doses.
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