Para abordar os avanços e desafios da Telemedicina brasileira, o presidente Científico e do Conselho de Curadores do Global Summit Telemedicine & Digital Health - evento promovido pela Associação Paulista de Medicina e pelo Transamerica Expo Center, que ocorre de 4 a 6 de abril de 2019 -, Jefferson Gomes Fernandes, participou da reunião de diretoria da APM, realizada na última sexta-feira (13).
“A Telemedicina é uma ferramenta que auxilia o nosso trabalho, facilita a relação com os colegas de atuação, contribui para o conhecimento acadêmico e orienta outros profissionais da Saúde em uma visão interdisciplinar”, resumiu Fernandes.
Em uma breve análise história, ele relembrou que a primeira iniciativa de Telemedicina surgiu em 1956, nos Estados Unidos, em uma consulta psiquiátrica, onde a relação médico e paciente era filmada através de câmera de tevê e transmitida a distância, nos moldes básicos do que se tornaria mais tarde um sistema complexo.
“De lá para cá, evoluímos bastante e hoje temos uma tecnologia cada vez mais barata e segura, passando a ser móvel, com o uso de celulares e tablets, e tendo a mesma eficácia. Por exemplo, os dispositivos de ultrassonografia podem ser vistos em smartphone”, afirma. Dentre os aspectos mais importantes da Telemedicina estão a facilidade de acesso em serviços assistenciais, a maior resolubilidade de casos, a redução dos custos em saúde, segurança, custo e efetividade.
Desafios
Embora a Telemedicina para diagnóstico, tratamento e monitoramento seja acessível em todos os lugares, seja em hospitais, clínicas, ambulâncias, na sala de emergência, na casa do paciente ou no smartphone do médico, ampliar a educação dos médicos e dos demais profissionais da Saúde e regulamentar as ferramentas, seja de Telemedicina ou Telessaúde, são fundamentais hoje no País.
O marco regulatório da internet estabelece que a consulta médica a distância deve ser feita somente com a presença do médico, mas não há uma norma específica do Conselho Federal de Medicina. “Já está na hora de estabelecermos uma legislação, nesse sentido. A revisão do Código de Ética da Medicina, na Câmara de Informática Médica - do CFM, já demonstrou que a ferramenta pode resolver questões com eficiência”, destaca o presidente do Global Summit.
Com relação ao ensino, para Fernandes, os estudantes que estão sendo formados atualmente precisam estar preparados para essa nova era digital. “Temos 54 especialidades médicas e 57 áreas de atuação. Em todas elas, de alguma forma, há uso da ferramenta”, informa.
Desta maneira, avalia que a Telemedicina no Brasil precisa avançar no sentido de seu uso adequado. “Precisamos ser protagonistas e donos da ferramenta. Entidades médicas precisam estar engajadas, como a Associação Paulista de Medicina tem feito de forma exemplar.”
O Global Summit Telemedicine & Digital Health – que debaterá de forma ampla o assunto - já está com as inscrições abertas pelo site www.telemedicinesummit.org.br. O Congresso contará com a participação de especialistas renomados de diversos países, como Estados Unidos, Israel, Alemanha, Portugal e Reino Unido.
“Em suma, Telemedicina é equidade, acessibilidade, tecnologia avançada, redução de custo e várias possibilidades de conexão. Temos a capacidade de fomentar esse caminho, é importante que tenhamos liderança necessária nesse sentindo. É um caminho sem volta, e que a tecnologia esteja a dispor da humanidade”, conclui.