O ser humano, assim como as plantas, precisa de nutrientes para o seu crescimento e desenvolvimento saudável. Nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, cobre, zinco, ferro, manganês, molibdênio e boro são alguns exemplos de elementos imprescindíveis, geralmente encontrados nas plantas.
Alguns são denominados de macronutrientes primários e podem, por exemplo, ser componentes de proteínas, enquanto outros são relevantes para uma série de processos ligados ao equilíbrio iônico do organismo. Há também os chamados macronutrientes secundários e os micronutrientes, que participam de uma série de processos e reações benéficas não somente à saúde das plantas, mas também à saúde humana.
Estes nutrientes fazem parte do dia-a-dia da produção agrícola e são fornecidos às plantas por meio do solo e dos fertilizantes. Todo processo de cultivo e adubação das plantas é essencial para garantir alto teor nutritivo aos alimentos. Seguidas as regras de manejo responsável, trazem também resultados benéficos à produção e à saúde humana, sem agredir o meio ambiente.
A missão da iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV), lançada no Brasil há cerca de um ano, é esclarecer e informar a sociedade sobre os benefícios dos fertilizantes (ou adubos) na produção dos alimentos, bem como sobre sua utilização adequada.
A NPV atua somente com informações embasadas cientificamente, de modo a explicar claramente o papel essencial dos diversos tipos de fertilizantes na segurança alimentar e nutricional, além de seu efeito multiplicador na
produtividade de culturas.
“Todo ser vivo necessita de nutrientes para o seu desenvolvimento. Eles são incorporados ao seu metabolismo para manter o ciclo vital. Portanto, as plantas também precisam de nutrientes, e é justamente nos fertilizantes que eles se encontram”,afirma Dr. Luís Ignácio Prochnow, Diretor do Instituto Internacional de Nutrição de Plantas (IPNI) do Brasil.
A mesma visão tem o professor da Universidade Federal de Lavras, Dr. Luiz Roberto Guimarães Guilherme, uma das principais autoridades em agronegócio no Brasil.
“Aplicados de maneira correta, na dose correta, os fertilizantes promovem aumento da produtividade e permitem a produção em larga escala, com produtos de melhor qualidade. Todos os nutrientes que eles contém são produzidos justamente para que a planta cresça mais saudável e para o aumento das safras, considerando que a população está crescendo muito. Quando utilizamos os fertilizantes de modo responsável conseguimos produzir mais alimentos na mesma área, e com isso evitamos a necessidade de desmatar novas áreas”.
O excesso ou a deficiência de um determinado nutriente em uma planta, como, por exemplo, o tomateiro, são manifestados em suas folhas. Normalmente, os sintomas são perceptíveis aos olhos e a identificação da presença ou ausência de nutrientes pode ser feita por análise foliar ou diagnose visual.
“Nós olhamos a planta e percebemos que ela tem um aspecto diferente de uma planta normal, o que retrata a deficiência ou o excesso de um determinado nutriente. Uma planta que apresenta folhas amareladas, por exemplo, pode estar deficiente em nitrogênio, já que o nitrogênio faz parte de clorofila; ou pode estar deficiente em enxofre. Uma planta que apresenta pontas amareladas pode estar deficiente em ferro”, acrescenta o professor Luiz Roberto.
Ele destaca, ainda, a crescente preocupação das indústrias com relação ao teor nutritivo dos produtos produzidos. “As indústrias de alimentos trabalham com sistemas de processamento cada vez mais modernos para evitar que os produtos naturais percam nutrientes, já que produzir alimentos com maior valor nutricional é importante para a saúde humana. Vale ressaltar que o fato de um produto in natura ser preparado em casa não assegura necessariamente maior teor de
nutrientes, comparado a um produto processado, porque muitas vezes a maneira de se preparar o alimento provoca perdas”, comenta Dr. Luiz Roberto.
A escassez de alguns nutrientes no solo está diretamente relacionada à condição particular dos trópicos. A transformação dos solos no Brasil é muito mais acentuada do que em outros países como, por exemplo, a Argentina, porque as chuvas e as temperaturas são mais acentuadas. De maneira geral, isso deixa o nosso solo mais pobre devido à remoção de nutrientes por processos naturais de formação do solo.
A despeito desse complicador, em função não só da tecnologia, mas também do uso correto de fertilizantes, o País, que era dependente de importação de alimentos até a década de 1970, hoje produz acima do suficiente, podendo exportar
seus produtos.
“O Brasil é o maior exportador mundial de soja e o segundo maior exportador de milho. São fatos concretos que comprovam que o uso adequado de insumos, como calcário e fertilizante, é benéfico não só para atender a demanda da nossa população, mas também atender o mercado externo”, ressalta o professor Luiz Roberto Guilherme. “Temos nossa posição de grande provedor mundial de alimentos já assegurada e o nosso próximo desafio é fornecer ao mundo alimentos de melhor qualidade nutricional. O uso corretor de fertilizantes é fundamental para isso”, conclui.