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Idosos no verão


Estamos no auge do verão. A estação, de temperaturas altas, umidade e dias longos, é a mais amada dos brasileiros. O sol convida aos passeios, aos exercícios ao ar livre, a ida à praia e à piscina. Mas cuidados são necessários para evitar problemas de saúde e a necessidade de atendimento médico, principalmente com os idosos que podem ser afetados pelo calor com mais intensidade.

“São essenciais medidas que possam favorecer a hidratação do organismo e reduzir o calor corporal para evitar a hipertemia, que ocorre quando a temperatura do corpo fica acima de 37,4°C. A temperatura do organismo deve estar em torno de 36°C”, explica o neurologista André Gustavo Lima, membro da ABN (Academia Brasileira de Neurologia).

Quanto mais os termômetros sobem, mais necessário se faz ter um olhar especial para as pessoas da melhor idade:

“Os idosos têm maior dificuldade em adaptar-se aos dias mais quentes e às temperaturas elevadas e, muitas vezes, em perceber os sinais que o corpo envia, avisando que algo está errado”, adverte.

Entre as doenças causadas pelo calor, a hipertemia é a principal delas. Quando há elevação da temperatura, o organismo utiliza várias estratégias para resfriá-lo, como o suor. Então, com a perda de líquido, o corpo se desidratada. A partir daí não tem água suficiente para suar e realizar o processo de resfriamento. Nessas situações, a temperatura

pode aumentar, causando sérios riscos à saúde do idoso.

“Alguns sintomas podem servir de alerta para esse problema como dores abdominais, contraturas musculares (câimbras), vômito, dor de cabeça, tontura, fraqueza, excesso ou falta de suor, sintomas neurológicos, como irritabilidade, alucinações, delírios, convulsões e coma”, exemplifica Lima.

O neurologista ressalta que no calor o idoso pode ficar mais inquieto, sentir-se desconfortável. Por isso, “é fundamental aproveitar os dias mais longos de verão e manter a casa arejada e não esquecer o repelente para evitar dengue, zika e chikungunha. Outro fator indispensável a ser ressaltado são os golpes de calor (insolação), uma forma de doença causada pelas altas temperaturas e que pode ser fatal. A temperatura corporal sobe para valores iguais ou superiores a 40,5ºC e a pessoa desenvolve alterações neurológicas, tais como confusão mental ou inconsciência.”

O médico explica ainda que o calor excessivo pode afetar os órgãos internos, causando a destruição das células musculares cardíacas e dos vasos sanguíneos e o diagnóstico pode levar a óbito. A desidratação, pela pouca ingestão de água, ou não se hidratar corretamente, pode ser uma causa preponderante da insolação.

Idosos que sofrem de doenças pré-existentes como insuficiência cardíaca, diabetes, enfisema, asma e demência podem piorar

durante o verão.

“Quando a temperatura está muito elevada, as proteínas do corpo, bem como membranas celulares e enzimas (especialmente na região do cérebro), podem ser destruídas ou apresentar um mau funcionamento. O calor extremo do ambiente afeta os órgãos internos e provoca lesões no coração, nas células musculares, vasos sanguíneos, o que ao prejudicar os órgãos internos pode levar a pessoa a morte”, finaliza Lima.


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