Esclarecer a sociedade sobre os benefícios dos fertilizantes na produção de alimentos é a principal missão da Nutrientes Para Vida (NPV). Coirmã da americana Nutrients For Life, a iniciativa brasileira baseia-se exclusivamente em evidências e dados científicos para conscientizar os cidadãos sobre a relevância dos fertilizantes na luta contínua da humanidade para elevar a produção agrícola com qualidade e de forma sustentável.
“A fertilização desempenha, cada vez mais, um papel-chave na produção de alimentos de boa qualidade e em larga escala. Isso porque as demandas são crescentes e precisamos aumentar a produtividade em termos globais. A ideia é articular práticas para garantir a alimentação das gerações futuras norteadas por ações que, ao mesmo tempo, priorizem as questões ambientais. Este, aliás, é um grande desafio”, declara o engenheiro agrônomo Alan Bojanic, representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil.
Existem duas opções para produzir mais alimentos: aumentar a área plantada ou aumentar a produtividade. No primeiro caso, significa desalojar outras coberturas vegetais do planeta, como as florestas, o que deve ser evitado. Já com o aumento da produtividade, decorrente do emprego de práticas agrícolas mais eficientes, incluindo o manejo adequado de fertilizantes, é possível aumentar a oferta de alimentos e, ao mesmo tempo, reduzir a necessidade de explorar novas áreas para a agricultura, preservando a biodiversidade e os outros usos do solo, explica Dr. Heitor Cantarella, engenheiro agrônomo, Coordenador da NPV e ganhador do IFA Norman Borlaug Award de 2017, um dos mais importantes prêmios do universo agro em nível mundial.
Nesse sentido, a utilização adequada dos nutrientes, principalmente de nitrogênio e fósforo, é essencial para o aumento da produtividade com sustentabilidade, destaca Dr. Luís Ignácio Prochnow, diretor-geral do Instituto Internacional de Nutrição de Plantas (IPNI), no Brasil. Ele pontua ainda que, com o manejo responsável dos fertilizantes no campo, evita-se a perda de nutrientes para os corpos d’água e a contaminação dos mananciais. Com isso, evita-se a eutrofização e a proliferação de organismos, como as algas, que podem afetar o equilíbrio do ecossistema.
Segundo ele, o IPNI faz um trabalho permanente de conscientização, divulgando o conceito do manejo de nutrientes 4C. Desenvolvido durante uma longa história de cooperação entre a indústria e a comunidade científica, fomenta, desde 1988, a aplicação da fonte certa de nutrientes, na dose certa, na época certa e
no lugar certo.
Portanto, para controlar a perda de nutrientes nas áreas de exploração agrícola e impedir a eutrofização dos mananciais, a adoção do manejo 4C é indispensável. O uso de práticas conservacionistas, como, por exemplo, plantio em curvas de nível, barreiras de vegetação e terraceamento, também são exemplos de cuidados a serem tomados.
“Outra recomendação importante aos agricultores é que busquem orientação, junto aos consultores e agrônomos competentes, sobre as técnicas agronômicas que permitem aumentar a produção de alimentos nas áreas já existentes e que apresentem menor pressão sobre o ambiente”, orienta Dr. Prochnow.