
Governo tem o intuito de aumentar a presença de médicos do Brasil, mas permite que profissionais formados em outros países atendam a população sem passar pelo Revalida O Ministério da Saúde anunciou a recepção de 1.375 brasileiros formados em faculdades fora do País no Programa Mais Médicos. Com isso, a participação de profissionais daqui cresceu 44%, com 8.316 médicos. O projeto reúne outros 8.593 estrangeiros da cooperação com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), sobretudo cubanos, e 5.737 profissionais formados em território nacional. Lamentavelmente, tanto os novos reforços brasileiros formados fora, quanto os estrangeiros vindos via Opas não passaram por revalidação de diplomas. “A APM é absolutamente contrária a essa prática. Todos os médicos formados em faculdades fora do Brasil têm de passar pelo exame de revalidação de diploma para verificar se são aptos a exercerem a Medicina em nosso País. Sabemos que há grande quantidade de faculdades estrangeiras, principalmente na América do Sul, que deixam a desejar, formando profissionais muito deficientes. Portanto, isso pode colocar em risco nossa população mais vulnerável, que tem menos condições e menos acesso à Medicina de qualidade. Não sabemos o conhecimento técnico e científico destes novos médicos. É um absurdo que o Ministério esteja pensando mais em quantidade do que em qualidade”, avalia Florisval Meinão, presidente da Associação Paulista de Medicina.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, por sua vez, declarou que esse é um momento importante para o Brasil e para os brasileiros. “Estamos avançando e tenho certeza que vamos oferecer mais qualidade na Saúde e na atenção básica, com a participação desses novos profissionais no Programa Mais Médicos”, disse em entrevista coletiva nesta semana. Essa foi a segunda fase do edital, que em sua primeira parte selecionou profissionais formados no Brasil. O Ministério da Saúde tem o projeto de substituir por brasileiros os médicos da cooperação com a Opas, cubanos em geral. A expectativa da pasta é realizar quatro mil substituições em três anos.