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São Joaquim da Barra: associado escreve carta em resposta a artigo da Revista Veja


Associado da APM há 60 anos, o cardiologista José Miguel Sobrinho escreveu uma carta em resposta ao artigo “A arte de ser médico”, publicado pela Revista Veja na edição do dia 15 de março.

“No artigo ‘A arte de ser médico’, publicado na página 72 da Revista Veja, em edição do dia 15 de março, causou-me estranheza a afirmação depreciativa dos doutores Alexandre Holthausen e Freddy Goldberg em relação aos médicos formados há 30 anos ou mais. Graduei-me em 1955 e concluí minha residência no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em 1959. Desde então, tive o privilégio de assistir ao formidável avanço tecnológico da ciência médica, mantendo o hábito de leitura diária de publicações que subscrevia no exterior - continuo assinando apenas o ‘New England Journal Of Medicine’ -, ao mesmo tempo em que amadurecia profissionalmente com a vivência diária da prática clínica. Na formação médica tradicional que tivemos a sorte de receber, aprendíamos a ouvir o(a) paciente através de uma anamnese cuidadosa, obtendo também sua história pregressa, seu histórico familiar e sua história social, além do interrogatório sobre diferentes aparelhos, seguindo-se então ao cuidadoso exame físico. Recebíamos lições de ética, éramos estimulados à leitura das publicações do Dr. William Osler, como Aequanímitas, por meio do qual aprendemos a valorizar a nobreza de nossa profissão e a necessidade de adquirir uma cultura humanística. O próprio ‘New England Journal Of Medicine’ tem salientado em editoriais o contraste entre o nível de excelência atingido pela Medicina e a imagem do médico atual, incomparavelmente menos respeitosa perante a opinião pública do que há algumas décadas. Assim como cumpre estimular os novos colegas à necessidade de obedecer à educação médica continuada, nunca houve empecilho para que os antigos também o fizessem. É importante distinguirmos FORMAÇÃO de INFORMAÇÃO.”

José Miguel Sobrinho


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