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O efeito das drogas no cérebro humano


Se analisarmos de maneira ampla, toda e qualquer substância que altere as funções normais do corpo humano pode ser considerada droga, sendo lícita ou ilícita. As primeiras são aquelas com comercialização e consumo regulados por lei e vão desde a tradicional cafeína ingerida no café até remédios tarja preta que devem ser ministrados com receita médica, isso sem falar nos mais comuns como as bebidas alcóolicas e o cigarro. As ilegais podem conter caráter natural ou sintético, como cogumelos alucinógenos e LSD, respectivamente. Os mais conhecidos são maconha, cocaína, crack e heroína.

Tanto as drogas lícitas quanto ilícitas têm poder de viciar o indivíduo exposto a elas. Isso acontece por meio de diferentes substâncias relacionadas a cada produto como a nicotina contida no cigarro e os barbitúricos encontrados nos calmantes. Mas os fatores que levam o usuário ao vício vão além. A secretária do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Jerusa Smid, chama a atenção para o cérebro humano, que conta com um mecanismo de compensação e prazer associado a um neurotransmissor chamado dopamina, que está, geralmente, associado à dependência.

Jerusa Smid alerta também que indivíduos em contato com essas substâncias são mais suscetíveis a problemas psicológicos e psiquiátricos. Isso acontece porque muitas das drogas levam à depleção da serotonina e, a partir dai, podem desencadear um quadro de depressão ou outros estados psicóticos mais graves como esquizofrenia.

Contenção do vício e reparo cerebral

Apesar da exposição à droga afetar os níveis de dopamina do cérebro e ainda contar com os efeitos de cada substância em particular, o vício pode ser contido. O aconselhável é que se procure uma clínica especializada para que seja realizada a reabilitação do usuário. Porém, as chances de que recaídas aconteçam são extremamente altas. “O dependente químico, uma vez decidido a largar a droga, não pode nunca mais entrar em contato com ela” explica Jerusa Smid. Ou seja, uma vez reexposto, o corpo volta a ter necessidade daqueles compostos.

O cérebro, contudo, tem chance de reparo. Os danos causados por essas substâncias não são, em sua maioria, irreversíveis. Segundo a médica, o reparo depende, de maneira simplificada, do tipo de droga ingerida, do tempo de exposição a ela, qual dose foi ingerida e a idade do usuário.


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