Desde o fim do ano passado, a Associação Paulista de Medicina e as outras entidades médicas estaduais estão criando uma campanha pela valorização do título de especialista, com o objetivo de esclarecer a população sobre o assunto.
É de conhecimento da APM que existem cursos de pós-graduação, autorizados pelo Ministério da Educação (MEC), que se intitulam indevidamente como residência médica ou mesmo como “semi-residência”. Estes programas, de qualidade quase sempre duvidosa, prejudicam a percepção da população sobre os parâmetros para que um profissional seja considerado especialista.
“Temos que valorizar as residências e as sociedades de especialidades – que concedem os títulos com critérios bem estabelecidos e condizentes com a atividade médica. Cursos fora deste escopo tiram força das sociedades e permitem que qualquer unidade hospitalar possa dar um curso ao médico, mas sem a mesma dedicação que teria em uma residência”, avalia o diretor adjunto de Defesa Profissional da APM, Marun David Cury.
Esses cursos são, muitas vezes, ministrados por ensino à distância, com encontros presenciais em alguns fins de semana. Ou seja, não contam com conteúdo prático de atendimento nem de tutoria, como é preconizado para o bom ensino. E ao fim deles, alguns profissionais passam a se apresentar como especialistas para os pacientes ou mesmo recorrem à Justiça para pleitear o título de especialista.
A APM alerta a população que, para se intitular especialista em qualquer área, um médico precisa ter feito residência em um programa credenciado a alguma faculdade ou secretaria de Saúde, ou ser aprovado no exame das sociedades de especialidades após comprovar determinado tempo de serviço na área em questão.