top of page

Sociedade de Pediatria de São Paulo encabeça Campanha de proteção aos direitos da criança e adolesce


Comprovando mais uma vez seu compromisso com a manutenção dos direitos da criança e do adolescente, a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) lança a Campanha Novembro Prateado. Resultado do trabalho de um grupo multiprofissional e interdisciplinar, a iniciativa visa discutir todos os aspectos legais de proteção infanto-juvenil, inclusive do nascituro.

“Lutar pelos direitos dessa população faz parte do escopo de nossa entidade. Diversos temas serão levantados, como trabalho infantil, prostituição infantil e crianças desaparecidas. Por meio de ações voltadas à sociedade civil, pretendemos incitar esta discussão e, assim, pensar em caminhos e soluções voltados à proteção destes indivíduos”, anuncia Claudio Barsanti, presidente da SPSP.

Dentre os itens citados por Barsanti, por exemplo, os números são alarmantes. Levantamento feito pela Fundação Abrinq denuncia que o Brasil conta com 3,3 milhões de pessoas em situação de trabalho infantil (com idades entre 5 e 17 anos). Não somente, a Unicef alerta que, anualmente, mais de um milhão de menores são introduzidos no mercado do sexo no mundo – cerca de três mil ao dia. Por fim, 40 mil crianças desaparecem no país a cada ano.

“Esta realidade pode estar mais nítida atualmente, mas é um tema que deve ser colocado no centro do debate sempre. Diferentes movimentos sociais, culturais, políticos e econômicos lançam luz sobre aspectos específicos de agressão aos direitos das crianças e que precisam ser trabalhados”, comenta.

O lançamento da iniciativa acontecerá no X Fórum Paulista de Prevenção de Acidentes e Combate à Violência Contra Crianças e Adolescentes, promovido pela SPSP, em 8 de novembro. “Ampliaremos o debate do Fórum e, pela participação maciça de pessoas de diferentes áreas da sociedade, pretendemos divulgar os assuntos trabalhados, sobretudo quanto à defesa dos direitos infantis”, adianta.

Mario Roberto Hirschheimer, diretor da SPSP, conta que o direcionamento da Campanha será variável, de acordo com a idade. “Ao nascituro, voltaremos nossa atenção à mãe, a fim de garantir que tenha acesso ao pré-natal, com exames e vacinas fundamentais, e ao parto adequado, prezando pela saúde do feto”, diz.

Na criança, cuidarão da vacinação e prevenção de doenças que poderão surgir na fase adulta, como hipertensão e diabetes. “Também traremos questões que estão em voga, como a discussão sobre acesso à medicação de alto custo para tratamento de doenças raras – sobretudo o quanto isso impactaria na saúde pública, para a qual os recursos são finitos e as demandas, infinitas”, continua o diretor.

No que diz respeito ao adolescente, Hirschheimer destaca educação, oportunidade de trabalho adequada, e orientação em saúde, principalmente quanto à prevenção de gravidez precoce, de doenças sexualmente transmissíveis e a manutenção de rotina saudável, por meio da alimentação e prática de exercícios.

“Tenho convicção de que temos papel de destaque na construção de uma sociedade mais digna e equitativa, e não podemos nos furtar a discutir assuntos tão espinhosos e liderar ações mais efetivas”, reforça Barsanti. “Temos assistido, mundialmente, agressões às crianças e aos adolescentes – são violências diretas, psicológicas e físicas, estas mais perceptíveis. Os desrespeitos às leis de proteção e amparo à infância são frequentes”, continua.

Interdisciplinar

Claudio Barsanti, que também é advogado, adianta a atuação em diversos organismos da sociedade, especialmente na órbita familiar. De acordo com o presidente da SPSP, assuntos como a guarda compartilhada serão discutidos e, em parceria com Escolas de Direito, como a Fundação Getulio Vargas, avaliar-se-á como isso acontece e sua evolução: ou seja, se ocorre na lógica que melhor funciona para a criança. “Assuntos familiares merecem atenção ímpar, haja vista ser a origem da proteção básica da criança e do adolescente”, afirma.

Marina Feferbaum é coordenadora de Metodologia de Ensino da Escola de Direito de São Paulo da FGV e secretária do Núcleo de Trabalho que idealizou a Campanha. Dentre as ideias que destaca para fortalecimento da ação, está a união com universidades de ponta, de modo a selar parcerias e produtos interdisciplinares entre cursos de medicina, direito e administração, por exemplo.

“Uma das formas de concretizar a pauta seria agregar força com instituições fortes – FGV, USP e SPSP, no caso – para trabalhar com temáticas que ainda estão no processo de definição. A partir disso, formaríamos um grupo de trabalho entre alunos de centros diferentes para trocar experiências e enfrentar os desafios que este assunto propõe”, afirma.

Barsanti afirma que a SPSP não pode permanecer inerte frente a esta realidade. “Muitas crianças e adolescentes tornaram-se vítimas perenes, infelizmente, com repercussões difíceis de serem corrigidas. A possibilidade de cicatrizes incuráveis é determinante para as pessoas que militam em diversas áreas, como na pediatria, em prol de uma busca conjunta para soluções que impeçam tais desvios”, conclui.


24 visualizações0 comentário
bottom of page